Dois paragrafos de sentimento.

O trepidar do ônibus não o deixava apoiar a cabeça no vidro, seus braços escorrevam do apoio e a carteira gorda no bolso de tras da calça o incomodava. Mas ele não havia reparado nisso ainda, sua mente estava divagando em acontecimentos anteriores, muito anteriores. Acontecimentos romanticos, acontecimentos tristes, acontecimentos com amigos e sem eles.

Pela janela passava um dia ensolarado, com poucas nuvens e campos verdes com animais tão distantes que não era possivel distingui-los.



E foi ai que minha mente parou de funcionar, minha criatividade foi bloqueada. E não era a primeira vez, isso já vem acontecendo a algum tempo. Escrevo um começo, me parece muito bom, promissor, mas então tudo some. Mo somem os motivos, os "porques", os "quandos" e os "ondes".

Sinto as coisas, mas não consigo expressa-las mais. Talvez tudo tenho ficado extremamente simples, que em dois paragrafos elas já se esvaem do peito e da mente levando junto toda vontade de expressa-las em palavras.

Isso não me parece uma coisa boa. Nunca quis ser assim, sempre gostei de tristessas e complicações, problemas enormes e sentimentos intensos, afinal, a vida é feita disso, se tudo fosse simples e maravilhoso, seriamos seres sem o romantismo, o barroco e a tropicalia. Seriamos plantas, ou até menos, seriamos pedras!

Se alguém souber de um lugar que possa me vender criatividade, idéias e sentimentos intensos, por favor me avise. Preciso urgentemente sentir por mais de dois paragrafos.

A gente fica chateado, mas depois passa.

Era quarta feira, véspera de feriado e ele prometia, mas não prometia nada de bom. Não, pra não falar NADA, prometia algumas coisa, talvez um jantar com a garota que embala meus pensamentos ultimamente, um ensaio legal da banda e......e só na verdade. Mas melhor que "NADA".

Então chegou quinta feira. Acordo as 14:00 horas, depois de uma noite de sono que eu não tinha a semanas e comeco as atividades do feriado. Montar pasta de producão, editar audio, fazer audio de radio e etc. Maravilha, tudo correndo bem, até eu chegar no trabalho e descobrir que trocaram uns equipamentos e que teria que relinhar todo o som, sendo que tinha chegado cedo para poder continuar a editar o audio do filme. Tudo bem, uma alinhada de leve e bola pra frente. As horas passam e no meio da noite descubro que nnao estava bom o som, estava mt baixo, o grave havia sumido e precisava ser resolvido...já! Perdi algumas horas da edicão, mas resolvi o problema. Fim da quinta feira, cansado, sem confirmacão de jantar e sem promessas de descanco.

Cheguei na sexta feira, acordei mais cedo e comecei a organizar a pasta pois teria que imprimir no mesmo dia, afinal era quando as graficas estariam abertas. Um trabalho desgracado, organizar numeracao de pagina, numerar titulo e etc...eis que surge uma mão de Deus. Uma amiga aparece para me ajudar com esse trabalho desgramado. Enviei para ela e ela me retornou arrumado, mas jah era tarde para imprimir naquele dia, sbado de manha teria que acordar mais cedo e fazer isso. Menos horas de sono, mas... O telefone toca, meu chefe me dizendo que arrumou o som do bar mas para eu chegar mais cedo pois algumas coisas precisavam ser acertadas...e la vamos nos de novo. Chego alinho e edicão a noite toda, alem de som da banda e tal, barulho sem parar!!

Sábado!! Grandioso sábado! Dia de ensaio (depois de imprimir tudo numa papelaria) e possivel jantar com a moca. Primeiramente acordo com o uitarrista da banda me ligando, estava 17min atrasado para o ensaio (celular sem bateria) e ainda tinha que arrumar uma grafica para fazer tudo. Correria, sem cafe da manha, sem banho, e quase sem me trocar vou pra rua desesperado procurando uma xerox que me ajuda-se e claro.....não encontro nenhuma. Chego uma hora atrasado no ensaio e saio de la sem aproveitar o tesao de tocar pois tinha que resolver o problema da impressao e ainda terminar de editar o filme, que faltava muito. Ligando para graficas 24 horas e editando filme cheguei no meu limite. Meu corpo estava cansado, minha mente estava cheia, meu tempo curto e meu celular cortado. Resolvi que iria fazer do meu jeito e ponto. Não queria saber de opinião de professor, de colega de grupo de ninguém. Iria imprimir uma pasta soh em casa e segunda o problema seria dividido com todo o grupo (que estava com namorado, namorada, no juca e etc).

Quando me sobrou um tempo livre (que fui no banheiro e beber agua) lembrei que tinha um possivel jantar, mas que a garota não havia dado sinal de vida (iria me avisar se viajaria ou não). Mandei uma msg (do celular do meu irmao pois o meu estava cortado) e voltei a fazer os deveres.

Agora estou aqui no trabalho, cansado de mente e corpo, sem celular, editando filme e sem ter jantado com a garota que vem embalando meus pensamentos (que deve ter viajado no fim das contas).

A única coisa que tem me mantido são é a certeza de que a gente fica estressado, irritado, cansado e chateado, mas depois passa.