21 de abr. de 2009

Queria...

Queria estar no escuro, numa varanda de madeira no segundo andar de uma casa, olhando um mar que refletisse um céu estrelado, ouvindo madredeus e sentindo saudade.

Sentindo aquela saudade boa, que traz uma tristesa, mas não dor, uma tristeza que em momentos nos faz sorrir e garante que mesmo se nada mais der certo, tudo o que já deu é o suficiente.

Queria escrever palavras que me dessem satisfação, que me dessem orgulho de escreve-las. Palavras que contassem um pouco da tristeza e dos sorrisos que a saudade me da.

Queria prencher o vazio que tenho agora no peito, com saudade, alegrias, tristezas, dores, amores, qualquer coisa que prenchesse o espaço vazio.

Queria ter dito mais coisas feias, mais coisas bonitas, mais coisas.

Mas mais que todas essas vontades, mais que esses "quereres", queria ter mais emoções, mais sensações, mais desilusões, mais imaginações e desvaneios.

Quero a alegria plena depois da tristeza mais amarga, quero o maior amor do mundo depois da maior desilusão.

Quero ter certeza que vivi de verdade, mesmo que por segundos!

"Toda morte é inutil, toda vida vale a pena. Nem que seja por um único e breve momento dela"
(O maior amor do mundo - Filme)

13 de abr. de 2009

Quem quer...

Temos aqui uma filosofia incrivel! Não existe falha nela e a frase se explica sozinha.

"Quem quer, não arruma desculpa!"

Você já deve ter pensado que "Jamais!! Po tem muita coisa que queria fazer e não posso!"

É mesmo? Tem certeza?

Primeiro passo para entender essa filosofia é: Ser sincero com você mesmo. Mas sincero de verdade, assumir que erra, que tem defeitos e assumir eles um por um. Dai sim você vai entender a filosofia que tem esa frase.

Mas vamos exemplificar.

Pense em alguma coisa que você queria muito fazer, mas muito mesmo. Não precisa ser agora, pode ser a longo prazo, mas algo que você queira mais que tudo e ainda não fez. Pensou?

Agora, pense nos (ou no) motivos pelos quais você ainda não fez isso.

Pensou?

Agora, com a maior sinceridade do mundo, pense o que você precisa pra fazer isso. Dinheiro, tempo, materiais, pessoas, qualquer coisa, o que você precisa pra fazer isso?

Agora pense em como você pode conseguir todas estas coisas, sem impecilhos, somente pense em como conseguir. Se são 200.000.000 tampas de garrafa...como consegui-las? Pode ter mais de um modo de conseguir as coisas, mas pense em tudo.

Agora com tudo isso em mente, com todas as coisas que precisa e todos os modos de consegui-las. Levante e começe a fazer o que você quer fazer.





Bom, se ainda está lendo aqui, chegamos a parte da filosofia e como ela se aplica a você também!

Provavemente você não levantou agora pra fazer o que você tanto queria por preguiça e isso só prova que você não queria tanto assim.

E agora vem a revolta "Magina, não é preguiça...é que...po...como vou arrumar um pavão agora?!"
Ué! Eu achei que você já tinha pensado nisso lá em cima. "Mas eu pensei, é que...po..."

Preguiça! Pura preguiça!

E é ai que entra a frase... "Quem quer, não arruma desculpa!"

Se você quisesse meeesmo, de verdade verdadeira, fazer a tal coisa, você estaria de pé agora pensando em como faze-la! Mas não, você não quer tanto assim, então fica pra depois, outro dia você começa!

Esse exemplo foi um extremo, mas tem aplicações mais rotineiras. Você convida uma mina (ou cara) pra sair e ela fala que não vai dar, pq os pais sairam e ela tem que ficar com o irmão. Pode até ser verdade, mas se ela quiser mesmo, ela da um jeito, ou já liga falando isso mas com outra data pra vcs sairem, afinal ela não pode perder a chance assim! Caso contrario, é desculpa, ou uma otima chance de miar a saida!

Por isso tenha isso sempre em mente...

Quem quer...?

3 de abr. de 2009

Volta ao mundo.

Eu percorri as sombrancelhas, desci para os olhos, me fixei neles por uns instantes. Eram castanhos e grandes, olhavam diretamente para dentro de mim, não era a primeira vez.
Me desprendi deles e acompanhei a linha do nariz que era perfeito, cheguei a boca, carnuda, sensual, vermelha. Me desequilibrei por um momento e quase a beijei, mas suas mãos me seguraram e recobrei o equilibrio. Aquela boca me prendia tanto quanto aqueles olhos. Meus pensamentos vagavam de um para o outro. Somente minha visão recebia estimulos, todos os outros sentidos estavam adormecidos.
Foi quando um som chegou aos meus ouvidos. Era suave e delicado, quase um susurro.

- Acho melhor não.

Naquele momento a viga onde me apoiava, e que sustentava todo o céu, caiu.
Com um ultimo impulso dei um passo para o lado e me apoiei na outra perna. O céu despencou ao meu lado me fazendo recobrar os sentidos todos. Não havia percebido como estava frio, talvez fosse a falta do céu que acabara de cair, talvez fosse eu mesmo.
Abri um sorriso de cumplicidade que se refletiu naquela boca incrivel que disse:

- Bom, vou indo!

Dei, então, um passo para tras, escapando por pouco de cair no penhasco que se abria na minha frente. Estiquei a mão para uma despedida, mas o buraco impedia que nossas mãos se tocasem. Acenei e sorri. Ela retribuiu.
Olhamos para o lado e bem ao longe havia uma ponte que cruzava o penhasco. Voltei a olhar para ela, mas ela já caminhava para o lado oposto ao da ponte.
Fechei os olhos e senti o coração afundar no peito. Respirei fundo e caminhei para longe do penhasco. Ouvi a ponte se quebrar e cair.

Talvez dando a volta no mundo a encontre do outro lado.

Talvez não.
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